domingo, 20 de dezembro de 2009

Como uma velha lembrança


Tempo passado, às vezes criança

que leva a cinza da minha lembrança.
- Pare tempo, fique atento
a esta minha nova dança.
Tempo que mata, dor que maltrata
minha velha esperança.

Tempo amigo, às vezes vilão,
que leva consigo a dor do perdão.
Tempo que teima, saudade que queima
minha vã solidão.
Passado querido, lembrança de um amigo:
como estará meu irmão?

Saudade contínua, dor incessante
que passeia em mim com ar arrogante.
Tempo audaz que leva e não traz,
agora mais forte que fora bem antes.
E quanto a mim, estado ruim:
estado cortante de um velho errante.

Luiz Filipe Penido

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